Arquidiocese de Niterói - Vicariato Oceânico

sábado, 21 de novembro de 2009

Vem ai o XI Natal Internacional! Não Perca!!!


O Natal Internacional foi um sucesso!
Obrigado a Todos que ajudaram e participaram!
Ao lado tem o link com as fotos!
Feliz Natal!

sábado, 7 de novembro de 2009

Morrer. Viver para a verdadeira vida. Ser santo.


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Neste mês de novembro, nossa Igreja comemora o Dia de Finados; que, por coincidência, precede o dia 1º, de Todos os Santos. Aliás, não uma simples coincidência. Nós, homens e mulheres, de todas as etnias e cores, de todas as condições sociais e econômicas, somos convidados à santidade. Somos chamados para a glória de Deus, na Ressurreição do Último Dia.


Quando se pensa no significado de “santo”, muitos afirmam não ter vocação, ou capacidade. Isso, talvez, derivado de insuficientes explicações em antigas catequeses. Santo seria aquele que estivesse sempre austero; indiferente aos prazeres da vida; “rezando sem parar”. Ou aquele que nunca brigasse; que sempre comesse e bebesse frugalmente; que nunca tivesse desejo sexual. Mas tal concepção é equivocada. Tanto se pode atingir tal ideal pelo celibato ou pelo casamento ou por estados assemelhados, dependendo de um processo crescente de conversão, de adesão à caminhada da Igreja Peregrina rumo ao Reino preparado por Nosso Salvador e Redentor. Por aquele que se fez um de nós, por nós muito sofreu, morreu e venceu a morte; sem o que, pelas falhas de nossos primeiros ascendentes, jamais seríamos reintegrados ao Pai que nos criou.

Poucos são os que, nesta vida terrena, tiveram a ventura de alcançar a santidade. E vários são os santos que, antes da conversão, cometeram muitos pecados e falharam ao testemunho. As normas eclesiais dispõem sobre os procedimentos de canonização; antecedidos pelos de beatificação. Exigem-se provas firmes envolvendo a vida, com os méritos e os deméritos das pessoas indicadas. Muitos anos, por vezes décadas e décadas, são decorridos. Mas em todos os países deste mundo, houve, há, e haverá mulheres e homens, verdadeiros santos e santas, não conhecidos pelas autoridades eclesiais, mas por Deus diretamente. Ele, que é onisciente, que é Justiça e Amor em termos absolutos, os conduz de imediato para o grupo assentado à sua direita: “Tive fome e me destes de comer. Estive preso e me viestes ver. Estava nu e me vestistes”. Aliás, quem de nós suporia humanamente que um ladrão fosse imediatamente para o Paraíso? No entanto, logo antes de morrer na Cruz, ladeado por dois delinqüentes, Jesus declarou como tal o destino de (São) Dimas, o que repreendeu o outro por debochar do Homem-Deus. “Nós, sim, o merecemos, mas Ele não cometeu crime algum”.

A morte, para todos nós, dói, e às vezes dói muito, em função da perda de um ente querido; pior, quando em circunstâncias de tragédia, ou quando em idade muito inferior à do tempo médio do falecimento geral; pior ainda, quando recém-nascido ou não saído do útero materno. Muitos, antes religiosos, se revoltam contra Deus e abandonam a Fé. Mas nós, cristãos e católicos, sabemos pela mesma Fé nas Sagradas Escrituras e no Magistério dos Sucessores de Pedro, que não passaremos daqui para o Nada. Nem seremos julgados com frieza e formalismo. Pela Divina Misericórdia; aqui, nos lembrando do que foi revelado à Irmã Faustina; esperamos entrar na Vida Eterna, mesmo que tenhamos de passar por uma etapa, curta ou longa, de purificação. Esperamos o reencontro, desta vez para sempre, com as pessoas que amamos e que se foram antes de nós.

De qualquer maneira, como Jesus venceu a Morte, estendendo para nós sua vitória, devemos vencer o medo para com ela. E o melhor caminho é a luta pela vida, mesmo nos mais dolorosos momentos, nas mais difíceis situações. Não por uma vida egoísta ou vazia, que pouco ou nada vale, mas por uma vida de serviço para o próximo, que nos aproxima de Deus; ou, por direto, para Ele, não descurando do próximo. No campo do esporte, atletas que sofreram graves acidentes, mas continuam disputando torneios “pára”, são ótimos exemplos. Por mais frágeis que estejamos, sempre nos resta um espaço de ação positiva. Ajudando os outros a vencerem suas dores, estaremos também vencendo as nossas. Daí a importância de comunidades alicerçadas na fraternidade e na solidariedade, como o eram nos primeiros tempos do Cristianismo.

Cumprindo nossa missão com o melhor que possamos dar; perdoando-nos mutuamente, buscando as alegrias e satisfações sem extrapolação dos sábios limites; valorizando a primeira comunidade de todas, e a igreja doméstica, que é a Família; procurando crescermos na Palavra de Deus, um irmão ajudando e sendo ajudado pelo outro; nada precisaremos temer, no dia da passagem. Como ovelhas do rebanho, confiemos naquele belo Salmo: “O Senhor é meu pastor, nada me faltará. Ele me deitará em verdes pastos e me guiará mansamente às águas tranqüilas. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, tua vara e teu cajado me consolam”. Amém.



Luiz Felipe Haddad